março 4, 2025 Por admin

A IMPORTÂNCIA DE SER RECONHECIDA E RECEBER O PRÊMIO INTERNACIONAL DESTAQUE NORDESTE

A Coroa da Luta
Era uma noite de luz, brilho e muito glamour, o ar carregado com o cheiro de vitória e o peso de tantas batalhas silenciosas.
Em algum lugar do Nordeste, onde o sol castiga a terra e a força das pessoas brota como água em meio ao sertão, Sandra Motta subiu ao palco. Não era um palco qualquer, mas um altar onde os esforços de uma vida dedicada ao outro foram coroados.
O Prêmio Internacional Destaque Nordeste (único prêmio internacional no nordeste reconhecido pela lei 17.959, uma honraria idealizada pelo empresário e Escritor pernambucano, Patrick Barbosa e a empresária e escritora portuguesa, Helena Almeida), um reconhecimento que atravessou fronteiras, repousava agora em suas mãos – mãos calejadas não pela enxada, mas pela incansável tarefa de salvar vidas com a arma mais poderosa que carrega: a informação.
Sandra, presidente do Instituto ABC da Mama, não é dessas figuras que nasceram em berço de ouro ou que buscam holofotes por vaidade. Ela é mulher do povo, dessas que conhecem o chão rachado e o grito abafado de quem sofre sem ser ouvido.
Seu instituto, um porto seguro em Olinda, Pernambuco, não oferece apenas palavras de conforto; ele entrega ferramentas – palestras que abrem os olhos, campanhas que acordam consciências e uma teimosia visceral de quem sabe que o câncer não é o fim, mas pode ser um recomeço.
E foi por isso, por esse trabalho que não se curva diante da ignorância ou da indiferença, que o mundo resolveu olhar para ela.
Naquela noite, quando o apresentador chamou seu nome, não era apenas Sandra que subia os degraus. Era cada mulher que ela abraçou, cada mãe que ouviu suas palestras e decidiu lutar, cada família que encontrou na prevenção um escudo contra o desespero.
O prêmio, um troféu reluzente, era mais que metal e inscrição; era a prova de que o esforço de uma só pode reverberar por muitos. E reverberou tanto que, depois de sua voz ecoar pela saúde (negligenciada de Sertânia, a prefeitura – enfim! – contratou um ginecologista), antes tarde do que nunca, diriam os pragmáticos.
Mas para Sandra, era mais uma batalha vencida, mais um passo dado.
Ela não usa armadura, como bem disse alguém em sua homenagem. Sua força está na empatia, na informação que distribui como quem planta sementes, na fraternidade que costura redes de apoio onde antes só havia silêncio.
O Prêmio Internacional Destaque Nordeste não foi apenas um reconhecimento ao que ela fez, mas um farol apontando o que ainda precisa ser feito.
Porque Sandra Motta não é de descansar sobre louros; ela é de arregaçar as mangas e seguir em frente.
Na plateia, olhos marejados e aplausos sinceros. No peito dela, a certeza de que o câncer pode até assustar, mas a ignorância mata mais. E enquanto segurava aquele prêmio, Sandra parecia dizer, sem palavras, o que sempre defendeu: a luta é de todos, mas a escolha de lutar é de cada um.
E ela, guerreira sem capa, escolheu há muito tempo de que lado estar.
O Nordeste, o Brasil e o mundo agora sabem disso.
E que venham mais palcos, mais sementes, mais vidas salvas.
Porque, para Sandra Motta, o trabalho só termina quando
a última batalha for vencida.