Pernambuco Não Ofere Mamógrafos Suficiente Para Atender a Sua Demanda Feminina Anual.
MAMOGRAFIA X MAMÓGRAFO X DEMANDA EM PERNAMBUCO
A população feminina acima de 40 anos em Pernambuco é de aproximadamente 2,5 milhões de mulheres (cerca de 2.501.171).
Separando acima de 70 anos em Pernambuco é aproximadamente:
70% de 924.011 ≈ 646.808 pessoas.
Para propor uma estratégia de distribuição de mamografias para mulheres acima de 40 anos em Pernambuco, considerando os 130 MAMÓGRAFOS/2022 disponíveis e a população feminina estimada, precisamos calcular a capacidade de exames, definir a população-alvo, determinar a periodicidade recomendada e propor uma distribuição equitativa.
POPULAÇÃO-ALVO
População feminina acima de 40 anos em Pernambuco: Aproximadamente *2,5 milhões de mulheres (estimativa baseada no Censo 2022, com 4.737.611 mulheres totais e cerca de 50,2% da população acima de 40 anos, das quais 55% são mulheres)
Faixa etária prioritária (50 a 69 anos): O Ministério da Saúde recomenda mamografias de rastreamento bienais para mulheres de 50 a 69 anos, mas a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Lei 11.664/2008 defendem o início aos 40 anos.
Estimativa para 50 a 69 anos: Dados nacionais sugerem que essa faixa representa cerca de 20% da população feminina (aproximadamente 947.522 mulheres em Pernambuco, assumindo proporção semelhante).
- Mulheres de 40 a 49 anos: Cerca de *30% da população acima de 40 anos, ou aproximadamente *750.000 mulheres.
- Para fins de equidade e alinhamento com recomendações amplas, consideraremos todas as mulheres acima de 40 anos (2,5 milhões), mas priorizando a faixa de 50 a 69 anos para rastreamento bienal e incluindo 40 a 49 anos com rastreamento anual ou bienal, conforme diretrizes.
CAPACIDADE DOS MAMÓGRAFOS
Número de mamógrafos: 130 (conforme informado). *Capacidade por mamógrafo: Segundo a audiência pública do Senado, cada mamógrafo pode realizar *5.000 exames por ano se operado adequadamente.
CAPACIDADE TOTAL ANUAL: 130 MAMÓGRAFOS × 5.000 EXAMES = 650.000 MAMOGRAFIAS POR ANO
TIPOS DE MAMOGRAFIAS:
Rastreamento: Indicada para mulheres assintomáticas, principalmente de 50 a 69 anos, a cada dois anos (código SIA/SUS 0204030188).
Diagnóstica: Para mulheres com sintomas ou suspeitas, em qualquer idade (código SIA/SUS 0204030030).
Em 2022, no Brasil, 90,9% das mamografias no SUS foram de rastreamento (3.856.595 de 4.239.253).
Vamos assumir que 90% da capacidade (585.000 exames) será destinada ao rastreamento e 10% (65.000 exames) para fins diagnósticos
NECESSIDADE DE MAMOGRAFIAS
- Rastreamento bienal (50 a 69 anos):
- População: 947.522 mulheres.
- Com rastreamento a cada dois anos, a necessidade anual é de *metade da população-alvo, ou seja, *473.761 mamografias por ano.
- Rastreamento para 40 a 49 anos:
- População: 750.000 mulheres.
- Se seguirmos a recomendação da SBM (anual), a necessidade seria de *750.000 mamografias por ano. Se adotarmos rastreamento bienal (como sugerido por algumas diretrizes, e.g., USPSTF), a necessidade seria *375.000 mamografias por ano.
- Mamografias diagnósticas:
- Estimativa: Cerca de 10% das mulheres examinadas podem precisar de mamografias diagnósticas devido a sintomas ou achados no rastreamento. Com 650.000 exames totais, reservamos 65.000 exames para esse fim.
NECESSIDADE TOTAL ESTIMADA:
- Cenário 1 (rastreamento bienal para 40 a 69 anos):
- 50 a 69 anos: 473.761 exames.
- 40 a 49 anos: 375.000 exames.
- Total rastreamento: 848.761 exames.
- Diagnósticas: 65.000 exames.
- Total: 913.761 exames por ano.
- Cenário 2 (rastreamento anual para 40 a 49 anos, bienal para 50 a 69 anos):
- 50 a 69 anos: 473.761 exames.
- 40 a 49 anos: 750.000 exames.
- Total rastreamento: 1.223.761 exames.
- Diagnósticas: 65.000 exames.
- Total: 1.288.761 exames por ano.
A CAPACIDADE DE 650.000 EXAMES ANUAIS NÃO ATENDE A NENHUM DOS CENÁRIOS, INDICANDO QUE É NECESSÁRIO PRIORIZAR E OTIMIZAR A DISTRIBUIÇÃO.
Estratégia de Distribuição
Dada a limitação de capacidade, a estratégia deve priorizar a equidade geográfica, a faixa etária de maior risco e a eficiência dos equipamentos. Aqui está uma proposta:
a) Priorização por Faixa Etária
- Mulheres de 50 a 69 anos: Devem ser a prioridade, pois o rastreamento bienal nessa faixa reduz a mortalidade em até 30%, com maior evidência científica.
Meta: Cobrir 100% das 473.761 mamografias necessárias (73% da capacidade de rastreamento).
- Mulheres de 40 a 49 anos: Incluir rastreamento bienal para maximizar a cobertura dentro da capacidade disponível.
- Com 585.000 exames de rastreamento disponíveis, após alocar 473.761 para 50 a 69 anos, restam 111.239 exames.
- Isso cobre apenas 29,7% das 375.000 mamografias necessárias para rastreamento bienal nessa faixa.
- Mamografias diagnósticas: Reservar 65.000 exames para mulheres de qualquer idade com sintomas ou achados suspeitos, atendendo à demanda estimada.
b) Distribuição Geográfica
- *Contexto de Pernambuco: O estado tem *185 municípios e uma área de 98.076 km², com desigualdades na distribuição de mamógrafos. Estudos indicam que Pernambuco tem uma boa utilização de mamógrafos em algumas regiões (e.g., Oeste pernambucano), mas a oferta é insuficiente em outras devido à má distribuição.
PROPOSTA:
- *Redistribuir mamógrafos: Alocar os 130 mamógrafos proporcionalmente à população feminina acima de 40 anos por região de saúde (Pernambuco tem 12 regiões de saúde). Com base na população estimada (2,5 milhões), cada mamógrafo atenderia, em média, *19.231 mulheres.
- *Foco em áreas rurais e periferias: Garantir que pelo menos *30% dos mamógrafos (39 equipamentos) sejam instalados em regiões de menor acesso, como o Sertão e o Agreste, onde a cobertura é historicamente mais baixa.
- *Unidades móveis: Implementar *carretas de mamografia (como no exemplo do DF) para atender municípios menores e áreas remotas, cobrindo cerca de 10-15% da capacidade (65.000 a 97.500 exames anuais).
EXEMPLO DE ALOCAÇÃO:
- Recife e região metropolitana (alta densidade populacional): ~40 mamógrafos para atender cerca de 40% da população feminina (1 milhão de mulheres).
- Regiões intermediárias (e.g., Caruaru, Petrolina): ~60 mamógrafos, com ênfase em centros regionais.
- Áreas remotas: ~30 mamógrafos, complementados por unidades móveis.
c) Otimização da Utilização
- Manutenção e treinamento: Garantir que os 130 mamógrafos estejam operacionais, com técnicos capacitados. Em 2016, Pernambuco não atingiu a quantidade necessária de mamografias, apesar de ter mamógrafos suficientes, devido à subutilização
Campanhas de conscientização: Aumentar a adesão ao rastreamento, especialmente entre mulheres de 50 a 69 anos, por meio de campanhas como o outubro Rosa, já que apenas 93,3% dessa faixa realizou mamografia em 2021.
- Agendamento eficiente: Usar o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) para monitorar a demanda e evitar filas, priorizando agendamentos para mulheres na faixa prioritária e com maior risco (e.g., histórico familiar).
d) Cobertura Temporal
- Ciclo bienal: Para 50 a 69 anos, a capacidade permite cobrir 100% da demanda em dois anos (473.761 exames anuais × 2 = 947.522 mulheres).
- *Ciclo para 40 a 49 anos: Com apenas 111.239 exames anuais, seriam necessários *6,7 anos para cobrir as 750.000 mulheres com rastreamento bienal (750.000 ÷ 111.239). Para acelerar, seria necessário:
- Aumentar a capacidade (mais mamógrafos ou turnos de trabalho).
- Priorizar subgrupos de risco (e.g., mulheres com mamas densas ou histórico familiar).
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS
- Apoio legislativo: Alinhar a estratégia com a Lei 11.664/2008, que garante mamografias a partir dos 40 anos pelo SUS, e apoiar projetos como o PDS 377/15 para reforçar o financiamento.
- Portal da Câmara dos Deputados LEI 11664 2008 PDS 2015MAMOGRAFIA
Parcerias com ONGs: Inspirar-se em iniciativas como as campanhas que o INSTITUTO ABC DA MAMA, oferece “PALESTRAS E ENCAMINHAMENTOS, que oferece informações e exames gratuitos para mulheres acima de 40 anos.
Monitoramento: Usar o Sistema de Informação do Câncer (Siscan) para rastrear a cobertura e avaliar a eficácia da distribuição.
Educação em saúde: Promover o exame clínico das mamas e o autoexame como complementos ao rastreamento, especialmente para mulheres fora da faixa prioritária
RESUMO DA DISTRIBUIÇÃO
- Capacidade anual: 650.000 mamografias (585.000 para rastreamento, 65.000 para diagnóstico).
- 473.761 exames para mulheres de 50 a 69 anos (rastreamento bienal, 100% da demanda).
- 111.239 exames para mulheres de 40 a 49 anos (rastreamento bienal, 29,7% da demanda).
- 65.000 exames diagnósticos para todas as idades.
- Distribuição geográfica: Proporcional à população por região de saúde, com 40% dos mamógrafos na região metropolitana, 46% em centros regionais e 14% em áreas remotas com unidades móveis.
- Limitação: A capacidade atual não cobre toda a demanda, exigindo priorização e melhorias na utilização dos equipamentos.
- CONCLUSÃO
Com 130 mamógrafos, Pernambuco pode atender toda a demanda de rastreamento bienal para mulheres de 50 a 69 anos (947.522 mulheres) e cerca de 30% da demanda para 40 a 49 anos, além de reservar exames diagnósticos.
Para cobrir todas as mulheres acima de 40 anos, seria necessário aumentar a capacidade (mais equipamentos ou maior produtividade) ou adotar RASTREAMENTO BIENAL UNIVERSAL . A redistribuição geográfica, manutenção dos equipamentos e campanhas educativas são essenciais para maximizar o acesso e reduzir desigualdades.
Não podemos mais aceitar que a prevenção tenha limite de idade.
Que o cuidado tenha gênero.
A luta contra o câncer de mama precisa ser para todos.
Porque cada vida importa.
Instituto ABC da MAMA – Cuidar é incluir. Diagnóstico precoce salva. Negligência também mata.