Até que Ponto o Sistema de Saúde é Verdadeiramente Inclusivo, ou se Ele Ainda Reproduz Desigualdades Que Colocam Vidas em Risco?
A luta pelo acesso igualitário à saúde é uma das batalhas mais nobres e urgentes da nossa sociedade, especialmente quando se trata de prevenir doenças que afetam milhões de vidas. O Instituto ABC da Mama, uma organização dedicada à conscientização e ao apoio às mulheres no combate ao câncer de mama, exemplifica essa luta de forma inspiradora. Fundado com o propósito de educar, empoderar e defender direitos, o instituto tem se posicionado na linha de frente para garantir que grupos vulneráveis, como idosas e cadeirantes, não sejam excluídos de exames essenciais como a mamografia. Refletir sobre suas ações nos convida a questionar: até que ponto o sistema de saúde é verdadeiramente inclusivo, ou se ele ainda reproduz desigualdades que colocam vidas em risco?
Um episódio marcante dessa jornada ocorreu em 3 de abril de 2024, no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), onde o Instituto ABC da Mama mobilizou esforços para que idosas tivessem acesso prioritário à mamografia. Nesse dia, a ação não foi apenas um procedimento médico, mas um ato de resistência contra o esquecimento das mulheres mais velhas, que muitas vezes enfrentam barreiras logísticas, financeiras e até discriminatórias. A mamografia, exame fundamental para a detecção precoce do câncer de mama, pode salvar vidas ao identificar tumores em estágios iniciais, aumentando as chances de cura para até 95%. No entanto, para muitas idosas, o acesso é limitado por falta de agendamentos adaptados, longas filas ou simplesmente pela invisibilidade social que as acomete. O instituto, ao organizar essa iniciativa no HCP, não só facilitou exames, mas também destacou a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde preventiva para essa faixa etária, lembrando-nos de que o envelhecimento não deve ser sinônimo de abandono.
Essa luta se estende também às cadeirantes, um grupo ainda mais marginalizado no contexto dos exames de imagem. Como relatado em vídeos e relatos recentes, incluindo um depoimento impactante sobre a mesma data ou período, mulheres em cadeiras de rodas frequentemente encontram equipamentos não adaptados, profissionais despreparados e instalações inacessíveis, o que transforma um exame rotineiro em uma odisseia humilhante. Imagine a frustração de uma mulher que, apesar de sua determinação em cuidar da saúde, é impedida por um mamógrafo que não acomoda sua mobilidade reduzida. O Instituto ABC da Mama tem denunciado essas falhas sistêmicas, advocando por adaptações tecnológicas e treinamentos específicos, como a utilização de aparelhos com plataformas ajustáveis ou protocolos que considerem a posição sentada. Essa advocacia reflete uma verdade profunda: a inclusão não é um favor, mas um direito humano básico, e negligenciá-la perpetua uma forma sutil de violência contra as pessoas com deficiência.
Ainda em 2025, o instituto enfrentou um revés significativo quando foi barrado em agendamentos para idosas, uma decisão que ameaçou interromper ações vitais e expôs as fragilidades burocráticas do sistema de saúde. No entanto, com resiliência admirável, a equipe reverteu a situação a duras penas, recorrendo às redes sociais para amplificar a voz das afetadas. Um reel no Instagram, por exemplo, compartilhou a indignação coletiva e mobilizou apoio público, provando o poder das plataformas digitais como ferramentas de justiça social.
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Essa vitória não veio fácil – envolveu negociações exaustivas, pressão midiática e o engajamento de comunidades online –, mas reforçou a mensagem de que a persistência pode derrubar barreiras. Refletindo sobre isso, vemos como as redes sociais, outrora vistas como espaços de superficialidade, tornam-se arenas de transformação, onde histórias pessoais se convertem em movimentos coletivos.
A trajetória do Instituto ABC da Mama nos convida a uma reflexão mais ampla sobre empatia e equidade. Em um mundo onde o câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre mulheres, segundo dados globais, garantir acesso universal à mamografia não é luxo, mas necessidade. Para idosas e cadeirantes, essa luta simboliza a busca por dignidade, mostrando que saúde não se resume a tratamentos, mas a prevenção acessível e humanizada. Que possamos, inspirados por ações como essas, apoiar instituições como o ABC da Mama e pressionar por mudanças sistêmicas. Afinal, cada exame realizado é uma vida potencialmente salva, e cada barreira derrubada é um passo rumo a uma sociedade mais justa e compassiva.
https://www.instagram.com/reel/C4F7y82Oz_B/?igsh=MWRudHc3cXM3Mnpsdw==