abril 10, 2025 Por admin

Ação Social com o Instituto Abdalaziz de Moura E ABC DA MAMA

Um Dia de Cuidado e Conexão em Gravatá 

Era uma manhã fresca de abril em Gravatá, Pernambuco, o sol ainda tímido despontando entre as serras que abraçam a cidade. No ar, um leve cheiro de café misturado com a brisa úmida que descia das montanhas. No Parque da Cidade, um movimento diferente começava a tomar forma: o Instituto ABC DA MAMA chegava com sua promessa de cuidado, enquanto ao redor, vozes animadas e passos apressados davam vida àquele dia especial. Era a ação social do Instituto Abdalaziz de Moura em parceria com o “ABC da Mama”, trazendo saúde, acolhimento e um toque de esperança às mulheres gravataenses. 

Senhoras de todas as idades, aposentadas de mãos calejadas e sorriso fácil, foram umas das muitas que lá chegaram. Carregavam no peito não só o peso da idade, mas também a gratidão por uma iniciativa que, como elas mesmas falavam, era “maravilhosa”. “Pra quem não pode pagar uma mamografia, não existe coisa melhor que isso”, murmuravam enquanto esperavam a vez, os olhos brilhando com uma mistura de alívio e expectativa. Elas não estavam sozinhas. Cerca de 30 mulheres, no dia 07 de abril de 2025, passaram por ali, todas na faixa etária de 40 a 76 anos ou com alguma preocupação específica que as levou a buscar o exame.

 

O Instituto Abdalaziz de Moura, com sua raiz fincada na Pedagogia de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável, não se limitou a trazer apenas o ABC DA MAMA. A ação foi além: triagem, aferição de pressão arterial, vacinação e, principalmente, um espaço de escuta. Era como se, por um instante, o Parque da Cidade se transformasse numa extensão da casa de cada uma daquelas mulheres, um lugar onde elas podiam ser vistas, cuidadas e lembradas de que sua saúde importa. 

Enquanto o sol subia no céu e o calor começava a apertar, conversei com algumas pessoas sobre a ação da Atenção Primária em Saúde da cidade. Em 2022, quase 500 mamografias foram realizadas no município, e outras 300 referenciadas para Caruaru, a cidade vizinha que serve como apoio regional. Números que, por trás, carregam histórias de prevenção, diagnóstico precoce e vidas preservadas. 

Mas o que ficou na memória não foram só os números ou a eficiência logística. Foi o burburinho das conversas, o jeito como as mulheres se ajudava a preencher fichas, o riso compartilhado entre uma medição de pressão e outra. Era o espírito do Instituto Abdalaziz de Moura em ação: educação e cuidado andando de mãos dadas, como ensina a filosofia de seu fundador, Abdalaziz de Moura Xavier de Moraes, um homem que, aos 80 anos, ainda inspira ações que transformam comunidades. 

Quando o dia terminou, o Instituto ABC DA MAMA partiu, mas deixou algo no ar – um sentimento de pertencimento, de que Gravatá, com suas ruas simples e seu povo acolhedor, é também um lugar de resistência e solidariedade. Uma senhorinha, já de saída, virou-se para mim e resumiu tudo em poucas palavras: “A gente só tem que agradecer”. E eu, olhando aquele cenário, pensei que sim, agradecer é pouco. Celebrar, isso sim, é o que cabe a um dia como aquele. 

E assim, entre o pulsar das montanhas e o calor das mãos que se encontram, Gravatá guardou no peito a certeza de que cuidar é o mais bonito dos legados.