A Sua Histórica Me Inspira Com – Sandra Motta

Oi,

meu nome é Sandra Motta

Recebi o diagnóstico de câncer de mama, aos 36 anos de idade, não foi um choque para mim, o diagnóstico.

Fiquei tranquilo, e decidi enfrentar o tratamento da melhor forma possível, com alegria, com fé, com esperança.

O câncer de mama para mim, foi um motivo de mudança de vida, radicalmente.

Com o câncer eu aprendi muito, eu vi muitas mulheres entrar em desespero, se entregar, entrar em depressão, ser abandonada pelo esposo… eu vi muita coisa.

Quando eu fiquei internada pela primeira vez, por complicações do tratamento, eu vi a primeira mulher vir a óbito, na minha frente, a outra que tava do lado, já estava podre, mas estava viva, também conheci uma jovem de 22 anos de idade, que também veio a óbito.

No meu segundo internamento, mais uma vez, por complicações, vi mas três mulheres vir a óbito.

Não é fácil.

Para quem está fazendo um tratamento de câncer,  passar por essas situações e achar que vai ficar tudo bem, não é fácil.

Também vi pessoas sendo socorridas para emergência, por conta da quimioterapia. Pouca gente sabe, mas, quimioterapia também mata.

Vivenciar tudo isso, me abalou, mudou por completo a pessoa que eu era, e a pessoa que hoje eu sou.

Foi por conta de todas essas situações que eu vivi, que eu vi, que eu presenciei, que eu quase morri, que percebi que eu tinha uma missão, eu não podia simplesmente, só presenciar tudo aquilo, e deixa passar.

Eu tinha que fazer alguma coisa.

Eu vi muito sofrimento, e ainda vejo, quando eu vou ao hospital, quando eu recebo mensagens através das redes sociais, pessoas me procuram pedindo socorro…

Ai eu me pergunto:

Quem eu sou hoje?

Porque as pessoas me procuram?

O que eu posso fazer por essas pessoas?

Então é  por tudo isso qeu eu fundei o Instituto ABC DA MAMA, distribuo cartilhas, dou palestras, atendo as pessoas…

😊Muita gente me chama de, Dra. Sandra…

Eu posso dizer com todas as palavras, o câncer realmente mudou a minha vida, e eu não vou deixar nunca de agradecer, nunca vou deixar de ser grata pelo câncer que eu tive, porque foi através dessa dor, dessa mutilação, dessa tentativa de exterminar minha feminilidade, que é perder uma mama, que é viver se vendo com uma mama só, e se achando bonita, se achando normal, se achando mulher… Não sei de onde tiro força, mas isso não me abalou, e eu sou grata, muito grata.

E hoje, hoje eu posso ajudar pessoas a superar a dor, o sofrimento, a solidão, a depressão, tudo porque eu também sou uma paciente, mas sou diferente.