agosto 19, 2025 Por admin

Reconheçam o Verdadeiro Impacto, Não o Tamanho!

As empresas que idealizam e promovem concursos dedicados à premiação de iniciativas contra o câncer de mama, permitam-me compartilhar uma história que não é apenas um relato isolado, mas um grito silencioso de inúmeras organizações pequenas que lutam nas sombras por uma causa maior. Imagine uma instituição filantrópica modesta, sem o luxo de verbas públicas ou patrocínios robustos, sustentada apenas por doações anônimas e pelo fogo inabalável de voluntários dedicados. Essa entidade atende mulheres de regiões esquecidas – zonas rurais, agrestes e sertões – que muitas vezes desconhecem seus direitos básicos a exames preventivos, atendimentos prioritários e cuidados médicos dignos. Apesar das limitações, ela organiza palestras esclarecedoras, distribui cartilhas e folhetos informativos que iluminam vidas, e incansavelmente busca agilidade junto a médicos e hospitais para salvar o que pode ser salvo.

Agora, pense no momento em que essa mesma instituição, com humildade e esperança, se inscreve em um de seus concursos. O objetivo? Não é o glamour de prêmios vultosos, mas o reconhecimento por seu trabalho incansável na informação, apoio e educação sobre a saúde da mulher. Elas competem contra gigantes: hospitais renomados, fundações com orçamentos milionários e estruturas que eclipsam qualquer esforço modesto. Ainda assim, acreditam – e com razão – que seu impacto é imensurável, tocando uma população invisível, aquelas mulheres que, sem elas, permaneceriam à margem da prevenção e do cuidado. Mas o que recebem em troca? Nem uma vaga entre os finalistas, nem uma simples mensagem de “obrigado por participar”. Em vez de desânimo, isso só alimenta o combustível para prosseguir na missão. Que resiliência admirável!

Aqui reside o cerne da minha persuasão: empresas como a de vocês precisam urgentemente repensar os critérios de avaliação nesses concursos. Não é o tamanho da instituição que define seu valor, nem o montante em reais que ela movimenta. O que realmente importa é a humanização que ela promove, o desempenho heroico em meio à escassez, e o impacto transformador em comunidades que o sistema frequentemente ignora. Premiar apenas os “gigantes” não é apenas uma falha de visão – é uma covardia disfarçada de meritocracia. Vocês perpetuam um ciclo onde o grande esmaga o pequeno, ignorando que são justamente essas organizações pequeninas as que chegam onde os colossos não ousam: nas vilas remotas, nas conversas íntimas, na educação que previne mortes silenciosas.

Quantas vidas foram salvas por uma cartilha distribuída em uma feira rural? Quantas mulheres, graças a uma palestra gratuita, exigiram seus direitos em um posto de saúde lotado? Esses feitos não se medem em relatórios financeiros ou em fachadas imponentes, mas em histórias reais de empoderamento e sobrevivência. Ao negligenciar instituições como essa, vocês não só desmotivam heróis anônimos, mas perdem a oportunidade de inspirar uma rede mais ampla de ações contra o câncer de mama. Reconhecer o pequeno não diminui o grande; ao contrário, enriquece o ecossistema inteiro, mostrando que a filantropia verdadeira é inclusiva, não elitista.

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Eu os convido – não, eu os desafio – a reformular seus concursos. Incluam categorias que valorizem o impacto comunitário, a inovação com recursos limitados e a humanização no atendimento. Enviem mensagens de gratidão a todos os participantes, pois cada inscrição é um ato de coragem. Premiem não pelo porte, mas pela profundidade do compromisso. Fazendo isso, vocês não apenas honrarão causas nobres, mas se tornarão parte de uma mudança real, onde o tamanho cede lugar ao coração. Porque, no final das contas, a luta contra o câncer de mama não é vencida por orçamentos, mas por mãos que se estendem, vozes que educam e corações que persistem. Vamos transformar essa covardia em justiça – o mundo, e especialmente aquelas mulheres invisíveis, merecem isso.

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